Gerada sem emitir carbono e outros poluentes na atmosfera, a energia solar é limpa e produzida a partir de uma fonte renovável. Assim, tem pouco impacto nos ecossistemas.
Mas, apesar dos diversos benefícios, a modalidade de geração permanece inacessível à população mais carente – desafio para o qual pesquisadores do Ceará parecem ter encontrado uma resposta: a casca da castanha-de-caju.
Um estudo desenvolvido na Universidade Federal do Ceará (UFC) identificou que o líquido da casca da castanha-de-caju (LCC) é uma substância capaz de revestir as placas solares e captar a insolação, transformando-a em energia térmica – que, apesar de não gerar eletricidade propriamente dita, é bastante utilizada para aquecimento de água e outros fluidos.
O objetivo do trabalho com o caju é para aplicação em energia solar térmica, utilizando coletores solares de placa plana. Segundo o professor Diego Pinho, integrante da equipe de pesquisadores, doutorando em engenharia e ciências dos materiais, trata-se de um trocador de calor que converte a radiação em energia térmica.
“O principal componente do coletor solar placa plana é a superfície absorvedora, na qual será depositado o novo elemento. Portanto, de forma mais simples, a superfície seletiva, feita com o material vindo da casca de caju, absorve a radiação solar e promove o aquecimento de um fluido: água ou óleo, por exemplo”.
O cientista pontuou que o líquido da casca da castanha-de-caju é uma alternativa ao coletor usado atualmente, que é revestido com óxido de titânio. O principal objetivo do estudo foi a busca por um produto de baixo custo para substituir os materiais com altos valores no mercado. Além disso, há o reaproveitamento do resíduo da indústria de caju, que seria descartado. Ou seja, a economia circular garante um destino mais sustentável.
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